Há exatos 28 anos, no dia 15 de dezembro de 1993, “A Lista de Schindler” estreava nos cinemas dos Estados Unidos. Considerado um dos melhores e mais importantes filmes de todos os tempos, a obra conta a história de Oskar Schindler, um empresário que era membro do partido nazista, mas que decidiu salvar judeus do Holocausto ao lhes empregar em suas fábricas. Mesmo sem tamanha demanda de pessoal, ele conseguiu garantir a sobrevivência de mais de mil pessoas. Aqui estão 10 fatos sobre esse clássico longa-metragem de Steven Spielberg:
1. O livro
A obra literária na qual se baseou o filme foi lançada em 1982. Escrita por Thomas Keneally, a publicação “Schindler’s Ark” só surgiu por conta de uma conversa casual do autor australiano com Leopold Pfefferberg, um vendedor de uma loja de artigos de couro que sobreviveu ao Holocausto graças a Oskar Schindler. Anos mais tarde, Leopold foi contratado como consultor nas filmagens do longa-metragem.
2. A quase recusa de Spielberg
Logo após o lançamento do livro, a publicação foi apresentada a Steven Spielberg por Sid Sheinberg, então presidente da MCA/Universal. Ao conhecer o enredo, o diretor disse “vai dar uma bela história. Ela é real?”. Todavia, quando o estúdio comprou os direitos do livro, Spielberg inicialmente recusou dirigir o filme, por não se considerar pronto para realizá-lo. Ele chegou a convidar Roman Polanski e Martin Scorsese para assumir o projeto no qual ele ficaria somente como produtor, mas no fim acabou aceitando assumir a direção.
3. Ao aceitar fazer o filme, Spielberg recusou ser remunerado
Já bem estabelecido financeiramente com seus sucessos anteriores, o diretor entendeu que não deveria fazer o projeto tendo uma recompensa financeira como objetivo, pois esse seria um “dinheiro de sangue”. Os rendimentos obtidos por ele ao realizar o filme foram utilizados para formar a Fundação Shoah, uma organização ligada a University of Southern California, no intuito de preservar a história das vítimas do Holocausto.
4. O ator principal
Apesar de Harrison Ford, Kevin Costner e Mel Gibson terem sido considerados para encenar o Oskar Schindler, Steven Spielberg não queria um ator conhecido de Hollywood para interpretá-lo. Foi então que ele lembrou de Liam Neeson, um profissional irlandês que ele já tinha assistido em uma peça da Broadway.
5. Pesquisa
Antes do filme ser gravado, o diretor fez viagens para conhecer locais relacionados a história, seja para recriar o campo de concentração com o máximo de fidelidade, como também para obter relatos de sobreviventes. Ele ainda visitou o apartamento onde viveu Oskar Schindler.
6. A menina do vestido vermelho
Inserida para mostrar que nem mesmo as crianças foram poupadas da barbárie nazista, a personagem foi inspirada em Roma Ligocka, uma sobrevivente do Holocausto. No filme, ela é interpretada por Oliwia Dabrowska, garota que tinha apenas três anos na época das gravações. A pedido de Spielberg, ela prometeu não ver o filme antes dos 18 anos, mas quebrou a promessa e assistiu quando ainda tinha onze.
7. Sem legendas
Inicialmente, o diretor considerou gravar o filme em alemão e polonês, no intuito de inserir o máximo de fidelidade histórica. Entretanto, por desejar que as pessoas prestassem o máximo de atenção no que era mostrado, ele preferiu gravar o longa-metragem em inglês.
8. Um respiro necessário
Ao trabalharem em uma obra que lida com uma história muito pesada, naturalmente um clima triste tomou conta dos profissionais nas filmagens. Para melhorar o ambiente, o ator Robin Williams foi convocado para animar a equipe. Por sua vez, Spielberg buscava assistir a episódios de Seinfeld para espairecer a mente.
9. Um compositor melhor?
Para compor a trilha sonora, Spielberg convidou John Williams, compositor com quem já havia trabalhado em “Tubarão” (1975), “Os Caçadores da Arca Perdida” (1981), “E.T.: O Extraterrestre” (1982), dentre outros filmes. Após assistir a uma versão prévia do longa-metragem, John Williams pediu um tempo para respirar. Ao retornar, ele disse a Steven que a obra merecia um compositor melhor para fazer essa trilha. O diretor então respondeu: “eu sei, mas eles já estão todos mortos”, referindo-se a gênios como Mozart, Beethoven, Chopin e Bach.
10. A consagração no Oscar
Na noite de 21 de março de 1994, “A Lista de Schindler” recebeu sete estatuetas do Oscar nas categorias Melhor Filme, Melhor Diretor (o primeiro de Spielberg), Melhor Roteiro, Melhor Cinematografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora Original. A obra concorreu ainda nas categorias de Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Figurino, Melhor Som e Melhor Maquiagem.